Reportagem
O
arroz é uma planta monoco-
tiledónea da família das
gra-
míneas
. É a terceira maior cultura
cerealífera do mundo, apenas ultra-
passada pelas do milho e trigo, sendo
responsável por alimentar mais da
metade da população mundial.
As paisagens vão-se transfor-
mando ao ritmo das estações do
ano, mas só aos olhos de alguns.
Muitas crianças, particularmente as
que vivem longe do campo, desco-
nhecem a sua origem e desenvolvi-
mento. As viagens de carro tomam na
maior parte das vezes o rumo distante
das estradas nacionais, e cada vez
mais, com os olhos projetados nas
consolas e tablet´s. A curiosidade e
as perguntas constantes de olhos
fixos nas janelas que percorriam pai-
sagens, são coisas do passado.
O cultivo do arroz em Portugal
No nosso país, a cultura do arroz
terá sido introduzida no reinado de
D. Dinis (1261-1325), no Baixo Mon-
dego, na zona de Montemor-o-Velho,
a partir de semente procedente da
região de Sevilha (Espanha). Conhe-
cido como “O Lavrador”, D. Dinis
desenvolveu a agricultura, dando
terra para cultivar a quem não as
tinha, mas só se as trabalhassem.
Na altura o arroz só estava presente
na mesa dos ricos.
Mais tarde no reinado de D. José,
(sec.XVIII), tenta-se transformar os
terrenos pantanosos, em áreas de
cultivo, mas a deficiente técnica uti-
lizada deu lugar a zonas de águas
paradas, propícias ao desenvolvi-
mento de insetos, o que mereceu a
contestação da população que atri-
buía às culturas, a origem de diversas
doenças.
Em 1909, foram elaboradas regras
de preparação dos terrenos, de rega
e drenagem, e a partir daí estavam
reunidas as condições básicas para
se começar a cultivar diferentes varie-
dades de arroz. A partir dos anos
20 o arroz passou em definitivo a
fazer parte da alimentação dos por-
tugueses.
Em Portugal produz-se arroz no
Vale do Mondego (distrito de Coim-
bra), Vale do Tejo e Sorraia (distrito
de Santarém) e Vale do Sado (distrito
de Setúbal). A norte do país não se
produz arroz porque o clima frio não
é propício ao seu desenvolvimento.
O arroz na Europa e no mundo
Portugal é o quarto maior produtor
de arroz da Europa, a Itália lidera a
produção, seguida da Espanha e da
Grécia, a França ocupa a 5ª posição,
sendo a Itália a responsável por 50%
da produção europeia. Cada portu-
guês consome em média catorze
quilos de arroz por ano, o que faz
do nosso país o maior consumidor
da Europa, seguem-se os espanhóis
com oito quilos por pessoa.
O fato de a Europa consumir mais
arroz do que produz, faz do “velho
continente” o quarto importador mun-
dial. A união europeia importa 45%
das suas necessidades de arroz.
Os Estados Unidos da América
são o maior mercado abastecedor
da Europa, seguindo-se a Tailândia, a
Índia e o Paquistão. O maior produtor
mundial de arroz é a China, seguido
da Indonésia, Bangladesh, Vietname
e da Tailândia.
Arroz e o seu valor nutritivo
Apesar de todo o processo de
transformação pelo qual é subme-
tido, o arroz mantém praticamente
toda a sua qualidade nutricional de
origem. Rico em hidratos de carbono
e proteínas, contém oito aminoácidos
essenciais, é uma importante fonte
de: ferro, potássio, fósforo, magné-
sio, vitaminas B1, B2, B6, e fibra. A
película que protege o grão é a prin-
cipal fonte de vitaminas e minerais,
razão pela qual o arroz integral tem
qualidades nutricionais superiores ao
do arroz branqueado. Este produto
natural, não requer a utilização de
quaisquer aditivos em todo o seu
processo de transformação.
Com a ausência de gordura, coles-
terol e glúten é um alimento ade-
quado a qualquer dieta alimentar. Se
o cozinhar sem adicionar gorduras
ou molhos, o arroz al imenta sem
engordar, nem causar problemas de
alergias ou intolerâncias alimentares.
Arroz,
dos campos para o prato
Texto:
Otília Costa
Fotos:
Solange Pereira / Adelaide Queirós