Educação
não há lugar para os enfermeiros,
doutores e engenheiros, nem para
os profissionais do ensino que têm
de procurar emprego noutros países
europeus, ou noutros continentes.
Hoje questiona-se a qual idade
do ensino no objeto educacional e
no comportamental, pois há muitas
diferenças no comportamento dos
alunos. Antes o papel do professor e
auxiliar de educação eram vistos com
respeito e até com carinho, sendo o
professor o símbolo e figura de refe-
rência a seguir pelos alunos. Hoje o
professor é um mero profissional, cuja
competência é ensinar um programa,
por vezes duvidoso de objectivos e
aplicar métodos de gestão na orga-
nização administrativa e disciplinar.
A escola, num passado
recente, dava prazer aos alu-
nos; aprender era prazeroso
e motivador, hoje a escola é
uma chatice…
Antigamente os alunos no final
do ano escolar ganhavam uma lem-
brança dada pelos pais; hoje os
alunos ganham prendas todos os
dias, telemóveis, smartphones, ipads,
computadores e não veem neces-
sidade de
s e e s f o r ç a r
para conseguir esta
ou aquela oferta.
Há uma vivência diferente; antes
os alunos ocupavam os tempos
livres lendo, escrevendo, brincando
na rua… hoje os jovens passam
horas, muitas horas, em frente ao
computador; nos intervalos das
aulas brinca-se com os telemóveis
e antigamente jogava-se à bola, à
macaca, convivia-se, conversava-se,
cantava-se e ria-se por tudo e por
nada, mas todos pareciam felizes.
Os pais não tinham problemas com
a educação dos seus filhos, com os
comportamentos nas aulas, mas hoje
não se sabe o que os adolescentes
desejam, o que esperam para o seu
futuro e é normal ouvir-se dizer “não
sei o que quero”.
Mas há que mudar esta situ-
ação. O que se há-de fazer?
O futuro são os “média”, a inova-
ção e as tecnologias, mas há que
arranjar motivação e tempo para a
cultura, para as matérias disciplina-
res, para as regras da convivência,
para se deixar o isolamento a que os
nossos alunos chegaram. Contudo
eles tem razão pois os pais trabalham
muito, e os filhos ficam entregues a
si próprios durante quase 8 horas
ou mais, entregues a terceiros, a
professores, educadores, auxiliares…
e quando chegam a casa acabam
no seu quarto, entregues ao amigo
computador, enquanto os pais fazem
o jantar ou cuidam da higiene do
irmão mais novo ou mesmo da casa.
Que falta fazem os avós,
que tinham paciência para as
conversas e para as brinca-
deiras dos seus netos!
Todos temos obrigações diante da
sociedade e existem certos valores
que jamais deverão ser esquecidos,
como o amor, a fraternidade, a edu-
cação, o respeito, a responsabilidade
e a esperança. Cada um cumprindo
o seu papel, seja pai, mãe, professor
ou assistente social.
A mudança só vai acontecer
quando cada um assumir a
sua responsabilidade. É pre-
ciso mudar as mentalidades.
Aos governantes cabe assumir
uma estratégia com futuro adaptada
às realidades atuais, aos pais o querer
ter mais tempo para os filhos, serem
parceiros dos professores e agentes
de educação e os nossos jovens têm
que voltar a ser felizes e a encarar o
futuro com mais otimismo e nós, pro-
fessores, temos que voltar a encarar a
nossa profissão como uma verdadeira
missão e talvez haja esperança para
a Educação em Portugal.
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