>> 76 77
Viagens
Sana a, Iémen
M
agnifica, indescritível, inimaginável, pedaço de sonho de criança, conto de fadas.
Sana a é tudo isso e tudo o mais.
à chegada nada o faz prever.
Aterramos: parafernália militar: caças, bombardeiros, helicópteros.
até à cidade, 20 km de terceiro mundo, pobreza, miséria, o caos habitual.
ao entrar na muralha, o céu!
1400 casas tortas, retorcidas, assimétricas, estreitas, altas.
vielas, janelas como rendas de croché, vitrais, portas esconsas e o souk.
O souk Al Malah
Carpinteiros, latoeiros, padeiros, especiarias, jambías, frutos secos, quinquilharias, ruelas e vielas, esquinas e gente, muita gente.
O jantar
jantamos fora da muralha da cidade velha, logo ali.
mesas corridas, apenas homens, locais.
a toalha são duas folhas de papel A3, não há talheres e não há pratos, apenas uma panqueca com um metro de diâmetro e
duas frigideiras velhas, pretas, com carne picada e fígado, bem temperados.
a massa da panqueca é quase folhada, bebemos chá com leite e especiarias.
os comensais são povo, gente simples, sujos e sem maneiras, come-se à mão e o ruído é ensurdecedor.
Ahmed, o dono, simpático e comunicativo,
há também o Nabir, que veio comprar comida para a cunhada que está no hospital com uma perna partida e que oferece os
seus préstimos a troco de nada, e há um professor de inglês que quase não fala apenas sorri orgulhoso do seu filho de um ano.
comemos ávidos, saciamo-nos.