Viagens
O hotel.
as janelas, os recantos, as portas e as portadas e as janelas tortas. e as assimetrias e as escadas estreitas.
Hotel Dawood, 5 pisos e um terraço, três quartos por piso, todos diferentes cada um, um capitulo dum conto.
a porta tem um metro e meio.
os vitrais, os nichos, os pormenores, a miscelânea da mobília, um sofá de orelhas de veludo vermelho e o gerente do hotel.
O gerente do hotel.
prestável, delicado e dedicado, tímido e envergonhado. oferece os seus préstimos sem vender os seus serviços, que se
oferece para ir comprar o chá ao souk comigo, para ser mais barato, que vai pôr incenso no quarto, que me traz um cobertor
para pôr nas pernas quando bebo chá à noite, na tenda do terraço, que pede desculpa por não puder fazer mais companhia
e se retira a medo para a recepção.
Os hóspedes
e há alguns hóspedes que chegam.
um casal local e a filha, sem véus, sem preconceitos, cosmopolitas. um jovem francês e também um anglófono.
Fala-se árabe e inglês, contam-se historias.
e eu ouço sem nada dizer, a medo.
de acordar de sonhar.
Sana a é seguramente o que de mais belo vi, saído das mãos dos homens.
Luís Magalhães
a